Luxação do ombro: damos-lhe a melhor estratégia para uma boa recuperação!

O ombro é a articulação mais móvel do nosso corpo, permitindo um grande grau de liberdade em diferentes planos de movimento. Tanta liberdade de movimento vem associada a um maior risco de deslocamentos, maioritariamente decorrentes de incidentes traumáticos.
Os deslocamentos do ombro ocorrem quando o a cabeça do úmero sai da sua posição fixa na articulação do ombro. O úmero pode sair por completo da articulação ou deslocar-se apenas parcialmente, denominando-se luxação e sub-luxação, respetivamente. Estas podem acontecer em todas as direções, no entanto as luxações anteriores (deslocamento do osso para a frente) representam 97% dos casos de luxação.
O que acontece após a luxação do ombro?
Após a luxação, é necessária uma avaliação médica com recurso a imagiologia, para realizar uma correta reposição da articulação e avaliar o estado das restantes estruturas ósseas, musculares e ligamentares, que formam o complexo articular do ombro. Após efetuada a reposição, o braço é imobilizado.
Necessito de realizar cirurgia após luxação do ombro?
A severidade da luxação, frequência de recorrências, possíveis danos associados em outras estruturas e os seus objetivos individuais, ditam a necessidade de cirurgia.
É frequente voltar a deslocar o mesmo ombro?
A primeira luxação do ombro abre porta a outras luxações. Estima-se que 40% das pessoas voltam a deslocar o ombro dentro de 12 meses. Adicionalmente, se a luxação ocorrer em idade jovem, a probabilidade de recidiva pode ser superior a 50%. Estes dados refletem a necessidade de uma boa avaliação e intervenção da especialidade mais competente, a fisioterapia músculo-esquelética.
Fisioterapia Músculo-esquelética, a melhor estratégia para uma boa recuperação:
A Fisioterapia Músculo-Esquelética desempenha um papel crítico na reabilitação após luxação do ombro. A recuperação total pode durar entre 6 - 9 meses, sendo que quanto mais cedo iniciar, melhor é o prognóstico.
Dentro deste período de tempo e logo após a retirada da imobilização, o fisioterapeuta começa por avaliar tanto as estruturas do braço e ombro, como as adjacentes que também acabam por ficar imóveis. Após a avaliação, é traçado um programa de reabilitação individualizado, onde o foco coloca-se em:
controlar a dor;
restaurar a amplitude de movimento;
recuperar a hipertrofia e força muscular;
recuperar a estabilidade articular;
facilitar um retorno gradual à sua funcionalidade, quer atividades diárias, laborais ou desportivas;
diminuir o risco de recidivas.